A Póvoa de Lanhoso é um concelho criado por Carta de Foral de D. Dinis, outorgada a 25 de Setembro de 1292, a partir das terras do Julgado de Lanhoso, onde se inseriam algumas terras coutadas, com particular destaque para o Couto de Fontarcada.
Renovada a Carta de Foral por D. Manuel a 04 de janeiro de 1514, será por D. Sebastião Instituída a Donataria em 1563 em D. Garcia de Menezes (como se pode conferir no Livro de Alvarás e Cartas de Privilégio), privilégio que será sucessivamente confirmado na família dos Condes de Castelo-Branco e Condes do Sabugal, assim se mantendo até às reformas liberais do primeiro liberalismo, quando são extintas, datando o último visto em correição do ano de 1830.
A documentação existente no arquivo municipal da Póvoa de Lanhoso é essencialmente a que foi produzida a partir do segundo quartel do século XIX, sendo muito escassa e avulsa toda a documentação anterior a 1820.
A história moderna da Póvoa de Lanhoso está, aliás intimamente ligada às alterações operadas no período do Liberalismo, quando as suas gentes tiveram significativa expressão no despoletar da Revolução de 1846, conhecida como Revolução do Minho ou mais expressivamente reconhecida como Revolta da Maria da Fonte.
Ligada à história destes episódios da revolta popular, existem mesmo alguns relatos que referem autos de fé de documentação municipal, o que poderia explicar a inexistência de muita documentação anterior a esse período. Não obstante, algumas das primeiras séries documentais completas são ligeiramente anteriores ao ano de 1846 (recenseamentos, aforamentos, registos…) comprovando que os mesmos autos de fé não foram indiscriminados e poderão mesmo ter sido seletivos (as “papeletas da ladroeira”).
Naturalmente que a alteração das instalações dos Paços do Concelho obriga à mudança de local da documentação do arquivo municipal, pelo que quando o ainda atual edifício foi construído, na década de 40 do séc. XX, nova localização é dada à documentação, sendo o anterior edifício demolido em 1962 / 1963.
Criado o Centro Interpretativo Maria da Fonte em 2015, na sequência da candidatura ao ON.2 e financiado também pelo QREN, a documentação do arquivo municipal (até 1975) tem vindo a ser transferida para o Núcleo Documental do mesmo Centro Interpretativo, onde foram criadas as desejadas condições para a sua acomodação, tratamento acesso e estudo.